Posts Tagged ‘Romance’

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Clichê do começo de Junho

junho 11, 2009

 O Grande dia está chegando. As propagandas não nos deixam esquecer. Nem a excitação dos que alimentam fantasias com o dia. É Amanhã!! É Amanhã!!

Chovem anúncios, declarações de amor eterno, trocas de presentes. Escorrem pelos dedos a originalidade e a criatividade. Todos correm loucamente atrás de conselhos sobre o que dar e o que não dar para o respectivo e dividem espaço e a atenção dos vendedores nas lojas com outras pessoas igualmente perdidas. Afinal, tudo que tinham pensado em dar estava naquela listinha negra da revista, e o que estava como um bom presente ou é muito caro, ou já acabou.

 Se você é um desses perseguidores de conselhos, deixo-lhe um. Ignore todos esses conselhos. Ignore o meu também se não souber ser original. O importante é conhecer o parceiro. Dessa forma não se erra. Se há dúvidas no presente, observe melhor a pessoa que gosta, seus hábitos, suas preferências, e suas necessidades. Planeje e trabalhe. É sempre bom saber que o outro se dedicou para agradar. E lembre-se; a beleza está em ser diferente, em ser inesperado, e em surpreender.  É bem melhor ganhar presentes quando não se espera por ele. É bem melhor sair para jantar numa noite em que nem todas as pessoas do restaurante estão com a mesma cara de bobo que você e a pessoa na sua frente. E é bem melhor ouvir um “Eu te amo” quando a situação não exige.

Pense nisso.

Agora, se você é solteiro, aproveite, mas sem sair de casa. Não ligue a televisão, se for aberta, e só navegue por sites com conteúdo apropriado para o seu dia, um dia como outro qualquer. Chame uns amigos, faça uma festa e esqueça os apaixonados ou mentirosos lá fora, afinal, você está feliz e uma festa pode ser um programa muito mais divertido. Todos os seus amigos namoram?  Não tem problema. Vem para cá. A minha festa já está montada!  

Festinha na casa da Mira

Favor cofirmar presença, ou ausência, ou grite, ou diga o que quiser, nos comentários.

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Mais um Causo da Solteirona – Será o fim?

junho 9, 2009

Para quem está aqui pela primeira vez, essa é a continuação, de uma “série” de Causos da Solteirona. Sugiro ler também os textos anteriores (O Causo da Solteirona e Mais um causo da Solteirona), de preferência, antes de ler esse aqui.

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Lá estava eu, caída no chão, me sentindo a mulher mais estúpida do planeta, ou a mais azarada. Não tive coragem de levantar, apenas me ajeitei e fiquei sentada na calçada, com as mãos no rosto, me segurando para não chorar. Aquilo era infinitamente pior que qualquer tombo de bicicleta que já levei na vida.

O Meu PhD estendeu a mão para me ajudar a levantar.  Ele estava rindo da tragédia, ou da minha cara, por isso, não aceitei. Fiz bem. Logo em seguida ele abaixou e sentou do meu lado.

– Por acaso a vista daqui de baixo é mais interessante?

Contive o sorriso e fiquei alí, parada, ainda processando o ocorrido.  “Ele ainda riu de mim. É Claro. Qualquer um riria. Eu também estaria rindo se meu joelho não estivesse doendo tanto e a minha moral não estivesse a zero centímetro do chão”.

– Você se machucou?

– Não, só um pouquinho.  O joelho.

– Ah… Isso não foi nada. Vem. Você não pretende ficar nessa calçada a noite toda né? Minha casa é logo na outra rua, a gente faz um curativo em você lá.

Fosse outra a situação, já estaria imaginando o restante da noite envolvida naqueles braços, sentindo o cheiro delicioso do perfume dele enquanto dava beijinhos em seu pescoço. Mas não. Depois de tanto tempo sozinha, o primeiro cara que me chama para sua casa é para me fazer um curativo. Definitivamente, é o meu fim.

Levantei com a ajuda dele e fomos caminhando. A essa altura, eu já tinha desistido de tudo. Até das minhas fantasias. Estava mesmo condenada a ficar solteira para o resto da vida e nem com uns beijinhos casuais eu poderia contar.  “Eu sou mesmo um desastre de mulher” pensava, enquanto andava cabisbaixa e passos lentos. Ele, quieto, me acompanhava.

Chegamos a sua casa. Ele abriu o portão e me pediu para esperar no alpendre que ele traria as coisas. “Das duas uma, ou ele esconde alguma coisa, ou me acha indigna de entrar em sua casa. Certamente, é a segunda.” Corri o mais rápido que pude para o portão. Queria sair daquele lugar imediatamente e para sempre. Não queria mais vê-lo. Nunca mais. Não tive escolha. O portão estava trancado. Encostei a cabeça na parede e comecei a chorar e a silenciosamente resmungar:  “Ele não gosta de mim e ainda me faz prisioneira”.  De repete, uma mão encosta no meu ombro e ouço:

– Está doendo tanto assim?

– Está. Está sim.  Agora ainda arde. Disse, enxugando as lágrimas com a mão, sem conseguir olhar para o rosto do meu carcereiro.  (Melhor ser infantil mais uma vez que assumir o real motivo do choro)

Ele me colocou sentada em frente à porta e lavou meu machucado. Com uma mão jogava a água, e a com a outra segurava a minha mão, fazendo carinho. Já estava nervosa, e ele me tratando com tanto carinho me deixava furiosa.

– Já está bom. Disse quase ríspida, implorando o fim daquela tortura.

– Ok, deixe-me colocar o band-aid e dar um beijinho para sarar.

Acho que deixei transparecer a raiva. Afinal, como poderia aguentar um marmanjo dando beijinho no meu machucado?  É muita humilhação para uma só pessoa.

Ele colocou o curativo, me levantou, e imediatamente me segurou firme entre braços. Antes, ainda, que eu pudesse respirar, ele me deu o primeiro beijo inesquecível. Claro que não foi no joelho.

Em meio aos sininhos, ouvi-o dizer: – Quer entrar agora?

Agora sim, tudo estava perfeito. E os beijinhos no pescoço, garantidos.

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Mais um Causo da Solteirona

maio 28, 2009

Devido ao sucesso de o Causo da Solteirona (risos) resolvi dar continuidade ao conto e à personagem.  Aconselho ler o texto citado antes de iniciar a leitura deste.

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Achei que depois daquela cena infantil e patética de uma “balzaca” se esquivando de um beijo ardente ele fosse ignorar a minha existência. O fato ficaria apenas na minha memória e daqui a algum tempo seria esquecido. Não iria vê-lo mais. Mas o vi.

Sabe aqueles encontros casuais planejados? Então, tivemos um desses. Num cenário até um tanto romântico, debaixo de uma lua nova, numa noite de inverno. Estávamos sós, eu e o PhD, sentindo uma  brisa suave e ocasionais gotinhas de chuva que ajudavam a equilibrar a temperatura de nossos corpos. Falávamos de trivialidades para evitar os assuntos picantes e desconcertantes.  Empregos, planos para o futuro, férias, viagens…

No entanto, nossos olhos diziam tudo que não queríamos explicitar.  Eu não queria. Afinal, por que não me revestir de castidade já que pelo tempo de seca eu já poderia ter sido canonizada?

Os olhos dele quase me devoravam. Eu fingia que não via ou que não ligava.

Não bastassem os olhos, o corpo e o título, a situação era promissora e o papo dele me envolvia de uma forma que até me esqueci do medo.

Minha vontade foi de tomar a iniciativa e apagar de vez aquele meu lado infantil. O plano estava elaborado: Segurar ele pelo braço, ficar na ponta dos pés, passar a minha mão para trás da cabeça dele e concedê-lo um primeiro beijo que me tornaria inesquecível.

De fato, ele nunca vai esquecer a maluca que foi beijá-lo, tropeçou e caiu.

Eu nem precisei da bicicleta…

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O Causo da Solteirona

maio 20, 2009

bridgetNa minha frente estava o cara perfeito… perfeito para uma noite e uma noite apenas.

Ele reúne todas as boas qualidades de um homem, e talvez todas as ruins também. Mas eu não queria um namorado. Queria apenas alguém que pudesse me livrar da carência e esquecer no dia seguinte. Alguém do tipo ideal para levantar a moral de uma solteirona que está a meses sem beijar na boca e a anos sem namorado, afogada na sua própria gordura e culpando a genética ou o ex por todos os problemas da sua vida.

Voltemos ao distinto rapaz: Alto, pele clara bronzeada, cabelo castanho bem claro, olhos de jabuticaba, atlético e PhD.  Qualidades quase impossíveis de coexistirem. Pois é, ele tinha todas elas, e o PhD era a que falava mais alto. Convenhamos, é um belo título.  Depois disso vinham empatados os olhos e as pernas. Os olhos muito vivos e ligeiramente puxados davam todo o ar de mistério à figura e pareciam desafiar-me: “Conquiste-me se puder”. As pernas, hum, acho melhor não comentar.

Nossa, como eu queria poder conquistá-lo. Só por uma noite, só por uns minutos.  Só para o meu ego ficar feliz e eu tirar de vez da minha cabeça a idéia de que não sou mais capaz.  Namorar muito tempo me fez achar que não sei mais as técnicas da “paquera” e agora, tenho duvidado inclusive da qualidade do que mais elogiam em mim: O Beijo. As pessoas dizem que beijar é igual andar de bicicleta, mas quando tento relacionar os fatos me lembro é do gosto do asfalto.

Ele estava ali, parado na minha frente, esperando apenas um pequeno sinal, talvez um sorriso delator ou um piscar de olhos mais provocante, para passar aqueles braços (e que braços) em volta de mim e segurar a minha cabeça por trás e me beijar como se eu fosse a mulher mais desejada do mundo e eu me esquivei. Fui embora rindo como uma criança como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse esperança nenhuma e principalmente nenhum desejo.  Eu ardia por dentro, mas tive medo. Medo de enfrentar a mim mesma e quem sabe, cair da bicicleta.