Archive for julho \27\-03:00 2009

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Sobre Frutos Estragados

julho 27, 2009

Por tempos tenho passado por campos verdes, cheio de árvores viçosas e bem cuidadas. Vivendo uma vida feliz, sem ao menos perceber.

Tinha que ser Morangos!!!

Tinha que ser Morangos, não são frutos de verdade!! Viva às Metáforas!!

Hoje me dei conta de tão egoísta eu tenho sido. Tenho guardados todos os frutos das árvores apenas para mim. Além disso, ainda os deixo estragar empilhados num canto. Depois que estragam,  reclamo do mal cheio.

Fui eu que escolhi isso. Eu escolhi ser egoísta. Agora, devo agüentar o meu próprio lixo?

Nada disso. Eu vou fazer a faxina. Vou colocar as luvas (claro, isso está nojento) e enterrar todo esse lixo dentro de sacos biodegradáveis. Sim, enterrarei cada fruto mal aproveitado. Eles serão adubo para os próximos frutos que viram. Mais belos e deliciosos que os anterior, principalmente porque serão divididos.

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A Mira Morreu

julho 15, 2009

–          A Mira morreu

–          Morreu de quê?

–          Morte matada ou morte morrida?

–          Morte de Cansada

–          Chegou, colocou as pernas para o ar, respirou fundo e apagou.  Quase esqueceu que tinha um blog…

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A Viagem Que Não Vou Esquecer

julho 9, 2009

História de Gaveta : Escrita a caminho de BH, em algum dia da Semana Santa.

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Toda vez que viajo de ônibus é a mesma história. Minha mente transporta-me a um fim de tarde de 2007. Não sei precisar melhor a data.

Estou num pássaro verde agora, tenho mais esperanças. Naquele dia, o pássaro era “Marron”. Viajava de Campinas a São José dos Campos.

Lembro-me da minha felicidade quando consegui chegar à rodoviária a tempo de pegar o ônibus das 17:30h. Chegaria meia hora mais cedo que planejado. Sentei-me no fundo do ônibus.  Aquele dia queria ficar isolada.

Pouco depois de passar por Atibaia, ouvi um estouro muito forte. Não conhecia o barulho. Logo, pessoas gritaram praticamente em coro: “Não pára, motorista, não pára.”

Passados alguns quilômetros, o motorista parou.

Havia um furo pequeno em um vidro e uma janela quebrada do outro lado do ônibus.  Foi um tiro. Felizmente não houve feridos.

A história não termina aqui, infelizmente.

Retornamos à delegacia mais próxima. No caminho, três homens pediram para descer num trevo perto de Atibaia. Melhor não negar. Um policial lindo fez a perícia e concluiu: “A arma foi disparada do interior do veículo. A cápsula da bala está aqui.”

A culpa foi em segundos para os homens que “abandonaram a embarcação”; Negros, mal vestidos e cheirando a álcool. “Eles podem ter disparado acidentalmente” já que, para nossa felicidade, ninguém gritou  “Isso é um assalto. Abram as bolsas e passem pra cá celulares, jóias e dinheiro.”

Na delegacia conversei com a mulher que estava sentada junto à janela quebrada. Provavelmente o projétil ricocheteou ali e saiu pela janela com o furo.

-Menina, eu senti a bala passando atrás da minha cabeça. Deu para sentir o ventinho que fez, eu podia estar morta agora. Imagina. Se eu estivesse um pouquinho mais para trás. Nossa, que tragédia. Menina, num quero nem imaginar. Ainda bem que num aconteceu nada né menina?

– É. Graças a Deus. Respondi meio assustada, meio distraída.

– Sabe menina, a minha cabeça agora tá cheia de caco de vidro. Tá coçando, mas eu num posso coçar senão corta tudo né?  Menina, parecia que eu tava sentindo que ia acontecer alguma coisa hoje.   Acordei com a cabeça coçando. Até falei com a menina que trabalha comigo hoje pela manhã: “Nossa, parece que meu cabelo tá cheio de areia.”  Será que foi premonição?

Não respondi à pergunta. Aquela senhora já estava me irritando com aquele “menina” repetitivo. Eu só queria chegar logo.

Podia acabar ali, mas tive que ouvir ela dando seu testemunho para mais umas cinco pessoas.

Saldo final da viagem: Um momento de pânico. Uma gorda velha chata que não parava de gabar sua habilidade premonitiva e reclamar da cabeça coçando. Duas horas de atraso. Um trauma do trecho.  Uma história para contar e boas gargalhadas ao imaginar a gorda tirando os cacos de vidro da cabeça, quem sabe, com um aspirador de pó.

Quanto à viagem de agora, minhas esperanças foram reduzidas. Acabou de entrar uma menininha. Mila o nome dela. Não pára de falar um minuto. A vózinha do meu lado, surpreendentemente “high-tech” joga no seu celular, produzindo barulhinhos agudos e repetitivos. Atrás de mim tem um senhor soprando (aquele ronco que mais parece um assobio) e a estrada até BH é horrorosa.

Se nessa viagem eu construir memórias piores, não há mais riscos. As daquele fim de tarde num pássaro “Marron” já foram devidamente documentadas.

Imagino agora, a mesma história contada pela gorda. Espero que na versão dela não conste duendes.

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No SPA…

julho 4, 2009

Sete horas toca a campainha. É a hora de acordar. Olho para o lado e a gordinha do meu lado só se vira na cama. Quero fazer o mesmo, mas se eu demorar a monitora vem apitar no meu ouvido. “Tá bom, só mais cinco minutinhos.”

“Piiiiiiiiiiii”

Levanto num pulo antes mesmo de abrir os olhos. Acho que os meus cinco minutos são bem maiores que os deles. “Esses vigias, até o tempo eles diminuem. Não basta a comida?”

Rosto lavado, roupa posta, barriga roncando. “Acho que comeria um elefante. Será que carne de elefante é gostosa? Ah, nem importa, qualquer coisa seria melhor que o nada que eu vou comer.” Cheguo ao restaurante. A decoração do salão está linda. Todos aqueles cartazes de pessoas magras que dizem: “Eu consegui. Você também consegue” e as fotos de antes e depois em cima de cada mesa são realmente animadores. Sim, eu vou conseguir, mas precisa ser tão radical assim?  Meia fatia de pão de forma sem nem margarina, um oitavo de maça e uma jarra, sim, uma jarra, de chá sem açúcar. Pensar que isso aqui tem que me fornecer energia suficiente para caminhar durante uma hora, fazer hidroginástica, para relaxar: sauna, e para finalizar a rotina da manhã, 30 minutos de bicicleta. “Tá bom, tá bom, eu concordo. Tenho reserva demais, mas podia perder dormindo, igual urso.”

Termino de comer e levanto da mesa já pensando: “Mulheres elegantes não sentem fome”, ou melhor , “Mulheres que querem ser elegantes não sentem fome.”  Ouço um ronco. Aquilo era qualquer coisa menos o meu estômago. Coloco o tênis e vou caminhar. Uma hora de caminhada até que seria tranqüila, faço todos os dias por recomendação médica, mas aquela magrela metida a “personal” gritando no nosso ouvido o tempo todo: “Vamos, aperta o passo”, “pensem no biquíni que vão usar no verão” irrita. Pior que ela, só a ladeira.

O resto da manhã foi tranqüila, tirando as duas colegas que desmaiaram na sauna.

O almoço: muita salada com uma colher de sopa de arroz integral. Aquele alface com tomates estava uma delícia.

Saio do almoço empolgada para as duas horas de nutricionistas falando sobre todos os tipos de regimes e reeducação alimentares, mas rapidamente pego no sono. “Como é bom dormir.”

“Piiii”

“De novo não”.  Depois da palestra, academia. E depois da ginática, minha parte preferida, o cinema.  Será que consigo ficar igual a Angelina? Claro que sim, 40 quilos não são nada. Logo em seguida, caminhada livre, ainda bem, não aguentaria aquela chata mais um vez. Aproveitando a liberdade, desvio da rota, e me deparo com um pé de amoras carregadíssimo. Coloco o máximo que consigo na sacola estratégica que carrego todos os dias, como algumas e volto para a prisão. À noite não tem programação da clínica, mas tem revista de quartos. Droga, levaram as minhas amoras.

“Que sono, que fome, e amanhã tudo se repete. Inclusive as amoras. Como eu queria um chocolate.”

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Não me Desafie

julho 1, 2009

Não, você não me conhece, e acho que nem quer conhecer. Mas foi você quem me desafiou.
Vi uma resposta sua em um fórum do Orkut e gostei da forma que você organiza as ideias e que defende a sua opinião. Olhei a foto do perfil e pensei: “Esse cara parece ser interessante”.
Entrando no seu perfil, minha curiosidade transbordante depara-se com as seguintes frases: “Só quero passar despercebido pelo orkut… Quem quiser me conhecer, que faça pessoalmente!! ”
Quanto à primeira frase, te informo que falhou e custo a acreditar que ela seja verdade… Ninguém com centenas de fotos abertas, algumas quase narcisistas quer, de fato, passar despercebido.
Agora, se você me perguntasse: “Quer me conhecer pessoalmente?” a resposta seria:
“É… você parece uma boa pessoa para conhecer assim, casualmente, sentando ao lado durante uma viagem, ou mesmo de encontro marcado.” Mas, como a probabilidade da primeira opção acontecer é maior que a segunda eu encerro esse e-mail e envio apenas porque fiquei com vontade de te contrariar.
Até mais, ou nunca mais.