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Causos da Solteirona – IV – Valeu a pena Esperar?

junho 23, 2009

Se você ainda não conhece os Causos da Solteirona, essa é a sua chance. Organizei todos em uma subcategoria dentro de Contos e Crônicas, já que pela insistência de muitos, não pude encerrar os Causos. O que Adorei.  É muito divertido escrevê-los e melhor ainda é ter você por aqui.

Preciso também, agradecer a sua presença e dizer que o Blog já recebeu mais de 1000 visualizações com um mês de vida. ( Imagine a Mira gritando: “EEEEEEEEEE!!!!!!”)   Obrigada por tudo. Pela presença e pelos comentários que têm feito a Mira uma menina muito feliz.

Se você acompanha o Blog, deixe um comentário dizendo o que tem achado e onde pode melhorar. Críticas são muito bem vindas.

Para finalizar e seguirmos para a tão esperada história agradeço ao Matheus Tapioca (Farinha de Mandioca)  e à Vivica Bolacha (Coberto de Farrapo) que colocaram meu link em seus blogs e aos cinco (ual) seguidores do Blog pelo Google Reader/ Feed (dos quais só conheço dois, se você é um, taí uma boa hora para me dizer. Se não, passe a ser. Risos).

Ah, só mais uma coisa… (brincadeirinha, vamos ao texto)

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Causos da Solteirona IV

Não vou contar os detalhes daquela noite, nem o que aconteceu dentro daquela casa. Digo apenas que a criança que chorava dentro de mim foi embora poucos segundos depois que entramos.  Ninguém queria brincar de casinha, a brincadeira agora era outra. Pedalava como poucas vezes fiz na vida. Agora, minhas mãos até podiam ficar livres. Cedo perdi a insegurança nas pedaladas. Ambos estávamos no mesmo ritmo, na mesma freqüência. Ambos livres como se estivéssemos em campo aberto, sentindo uma brisa suave, mas a verdade, completamente antagônica, era o quarto fechado, que fazia verão, mesmo lá fora sendo inverno.

Tudo correu como eu precisava. Sem promessas, sem cobranças e com os desejos declarados.  Apenas desejos. Saí de lá bela, como sou de fato, sem complexos, sem neuroses, sem crises da meia-idade, sem problemas hormonais e principalmente, sem expectativas.  Ele era o sim o cara perfeito, perfeito para uma noite e uma noite apenas.

No dia seguinte fui ao salão. Pintei o cabelo, que estava bem preto,  de castanho médio e as unhas de vermelho. Repiquei o cabelo, que ficou um pouco acima do ombro.  Saí de lá pensando “Não falta mais nada. Declaro-me, portanto uma mulher segura, independente e bem resolvida” e fui trabalhar.

tulipasDias depois, ainda com a satisfação estampada no rosto, chegava animada no escritório. O sol estava brilhando forte e a temperatura estava agradável. Era um belo dia para terminar o artigo que estava escrevendo: “Eventos Pequenos que Mudam a Vida de uma Mulher”.  Sentei em frente ao computador e poucos minutos depois chegou um entregador. Ele tinha um arranjo de flores nas mãos, tulipas, e um cartão anônimo que dizia: “Meus dedos anseiam por passear pelos seus lindos e compridos cabelos pretos. Me aguarde…”

Acrescentei, então, ao título do artigo, duas palavras: “Para Pior”.

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O Causo da Solteirona

maio 20, 2009

bridgetNa minha frente estava o cara perfeito… perfeito para uma noite e uma noite apenas.

Ele reúne todas as boas qualidades de um homem, e talvez todas as ruins também. Mas eu não queria um namorado. Queria apenas alguém que pudesse me livrar da carência e esquecer no dia seguinte. Alguém do tipo ideal para levantar a moral de uma solteirona que está a meses sem beijar na boca e a anos sem namorado, afogada na sua própria gordura e culpando a genética ou o ex por todos os problemas da sua vida.

Voltemos ao distinto rapaz: Alto, pele clara bronzeada, cabelo castanho bem claro, olhos de jabuticaba, atlético e PhD.  Qualidades quase impossíveis de coexistirem. Pois é, ele tinha todas elas, e o PhD era a que falava mais alto. Convenhamos, é um belo título.  Depois disso vinham empatados os olhos e as pernas. Os olhos muito vivos e ligeiramente puxados davam todo o ar de mistério à figura e pareciam desafiar-me: “Conquiste-me se puder”. As pernas, hum, acho melhor não comentar.

Nossa, como eu queria poder conquistá-lo. Só por uma noite, só por uns minutos.  Só para o meu ego ficar feliz e eu tirar de vez da minha cabeça a idéia de que não sou mais capaz.  Namorar muito tempo me fez achar que não sei mais as técnicas da “paquera” e agora, tenho duvidado inclusive da qualidade do que mais elogiam em mim: O Beijo. As pessoas dizem que beijar é igual andar de bicicleta, mas quando tento relacionar os fatos me lembro é do gosto do asfalto.

Ele estava ali, parado na minha frente, esperando apenas um pequeno sinal, talvez um sorriso delator ou um piscar de olhos mais provocante, para passar aqueles braços (e que braços) em volta de mim e segurar a minha cabeça por trás e me beijar como se eu fosse a mulher mais desejada do mundo e eu me esquivei. Fui embora rindo como uma criança como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse esperança nenhuma e principalmente nenhum desejo.  Eu ardia por dentro, mas tive medo. Medo de enfrentar a mim mesma e quem sabe, cair da bicicleta.